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4 de novembro de 2012

Solitude - Uma reflexão sobre o tempo que corre e a necessidade de parar.
















Desde menino preservei um costume
No comecinho da manhã, ou no fim da tarde
Ia até a praia
Caminhando pela areia
De Tambaú até o Cabo Branco
Era o momento meu
Estava comigo
Andar por andar
Só para ver o mar
Hoje sei que isso significa um modo de resistência
Este é um tempo que chamo de meu
Acima da lei de produção capitalista
Um tempo meu
Para além das regras que nos movem sobre a terra
Nesse meu instante de caminhada o tempo parece parar
E se ele passa, vai devagar e sem pressa
Caminho na velocidade do meu pensamento
Pausado e sereno, respiro devagar













Meus olhos não miram em pontos fixos
Da praia vejo toda a costa litoral da cidade
Céu azul
Nuvens brancas
Mar esverdeado
Pequenas ondas, serenas como a brisa que vem do sul é o meu caminhar agora
Areia branca, dourada, desenhada e rabiscada pelos fios de água que escorrem entre os grãos... Devagar, delicadamente, rumo ao mar
Piso, ando, vagueio agora por muitos caminhos, mesmo sem sair do lugar
Diante da imensidão do céu e do infinito mar, sou um pequenino observador
E ao caminhar sobre os minúsculos caminhos de água sobre a areia da praia, sou um gigante
Paro com o pensamento, penso, respiro, contemplo tudo e volto a caminhar
Paro no tempo, mesmo diante de tantos afazeres
Preciso parar para viver














Paro caminhando
Paro vendo o mar
Paro tocando o horizonte
Paro ouvindo o silêncio do mundo nas ondas do mar
Para ouvindo o silêncio do tempo, no soprar do vento
Ouço o meu silêncio
Um banho de mar
Um banho de cachoeira e as forças serão restabelecidas
Minha esperança renovada, eu tranquilamente permaneço a caminhar
A caminhada continua
Estou voltando para continuar, para continuar sendo eu.

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