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9 de dezembro de 2010

SOLITUDE...


Silencio em minha alma
Ouço as batidas do meu coração
Sinto o ar entrar e envolver os meus pulmões
Meu olhar contempla o horizonte
Mesmo que este de fato não esteja diante de mim
Não tenho muitas certezas agora
Mas sei onde estou e onde estive
Um dia decidi que não mais assistiria a vida passar por mim
Um dia decidi pela vida, pela experiência, pela certeza da incerteza
Um dia decidi arriscar, me por à prova, me permitir
Um dia decidi rir, chorar, abraçar e deixar ser abraçado
Um dia decidi pular, pular de cabeça, mergulhar
Um dia decidi me superar, romper e acreditar em mim
Um dia decidi lutar, na tentativa de permanecer íntegro, de permanecer eu
Porém prometi pra mim mesmo...
Um acordo silenciado, mas selado em minha própria alma
Um acordo de auto fidelidade
Prometi pra mim, que iria buscar ser inteiro
Iria buscar por mim, onde quer que eu estivesse
Na certeza de que pra ser inteiro, não abandonaria nada de mim
Não abortaria as lembranças do que fui, do que sou, nem as esperanças do que eu quero ser
Hoje me enxergo melhor, me percebo em cada tempo
Em especial o tempo agora
O entendimento do passado liberta para o sempre
O amor à mim mesmo é o afeto mais bem correspondido que vivo
Porém nada sou sem aqueles que me cercam e que definitivamente me fazem ser o que sou
Não esqueço onde estive, nem por onde passei
Reconheço lugares, preservo lembranças
São olhares, são abraços, são gestos de amigos, de irmãos
Mim sinto forte, ainda que com saudade
E isso é um bom sinal
A certeza de que posso continuar em minha trajetória, viagem e busca
Não preciso do aval nem da compreensão do mundo
Preciso da companhia de poucos, dos alguns que me cercam e me amam
Destes tenho o aval e a benção para prosseguir

UM MERGULHO...


Os textos que tento escrever, na verdade são retratos, extratos, recortes e resultados de experiências que vivencie momentos, tempos e épocas que passaram ou que estão passando por mim.
E isso é independente de ter sido uma experiência boa ou não. Quase tudo que registro é meu, ou seja, parte de mim. 
Parte de minhas lágrimas, pedaços do meu sorriso, porcentagens das minhas angustias e das minhas dúvidas, parte das minhas conquistas e certezas ainda que passageiras.
Quando escrevo falo de mim, falo dos meus medos, falo da minha coragem, da minha força e superação. Falo da minha vergonha, do meu orgulho, da minha culpa, do meu alívio e do meu fracasso. Falo de amor, falo de paixão, falo de fogo, falo de ilusão, alegria e tristeza.
Quando escrevo, “FALO” com a alma, com o coração, com a nudez de simplesmente ser, de se deixar ver e ser visto.
Quando escrevo sou menino, sou velho, sou adulto, sou criança, sou sábio, sou bobo, sou esperto, sou cauteloso, sou emotivo, sou prudente, sou inconseqüente, sou eu ou ao menos tento ser quem penso que sou.
 O texto por vezes é meu espelho, me vejo nele. Ele que se converte em monumento, documento, registro de lembranças, lembranças minhas, da minha solidão, da minha paixão, da minha família, do meu amor, da minha dor, do meu pecado, do meu mundo...
Escrevo o que sinto, escrevo o que vivo...
Este primeiro texto que compartilhei com vocês “A HISTÓRIA CONTINUA”, é o retrato exato e fiel do período de Novembro do ano de 2007. E pra ser mais exato, eu o compartilhei com vocês no momento em que ele completava três anos.
Um momento onde a dor foi minha companhia, um momento onde eu pensei que minha vida não mais me traria prazer. Momento onde a incerteza era a única coisa certa que eu conhecia.
Esta semana, vendo o filme, “COMER, REZAR E AMAR”, fui levado a mergulhar na busca pela razão da vida, o filme é belo, simples, leve e profundo. E uma das lições que ele deixa, é que as RUÍNAS, necessariamente não determinam um fim, mas sinalizam uma tremenda transformação na vida de qualquer um.
“A HISTÓRIA CONTINUA”, é um marco na minha vida, um momento de transformação, um divisor de águas. Foi escrevendo este texto que registrei o momento onde eu renasci, o momento onde eu me encontrei, me amei e decidi por mim, cuidar de mim. Decidi me fazer a pessoa mais feliz de minha existência, pois a melhor maneira de mostrar o meu amor aos que me cercavam, era e é tão somente me amando e cuidando de mim, tocando o barco, seguindo adiante e além, tendo por foco o horizonte e a vida que habita comigo, em minha alma. Recomece, sem medo; porém você deve ser seu principal parceiro nesta caminhada...