Entre uma xícara de chá e outra, silêncio.
Ouço o tintilar da xícara sobre o pires.
Outros movimentos sobressaem à voz do meu
pensamento.
Com uma colher a girar, mexo o chá.
O cheiro da camomila, da cidreira e da hortelã,
aquece meu interior, perfumando meus pulmões.
A xícara de volta para minhas mãos.
Um soprar da boca para refrescar a superfície do chá
quente.
Um gole degustado e sonoro sobressai à voz do meu
pensamento.
Garganta e entranhas aquecidas.
Numa tarde de sábado minha alma é afagada, por uma
xícara de chá quente, na companhia de um livro e pelo silêncio do meu
pensamento.
Nunca vi uma flor de alecrim.