Há tantas coisas que eu
gostaria de dizer.
Há tantas coisas que eu
gostaria de saber.
De onde vem essa busca
pelo ideal?
De onde vem essa tal
necessidade de uma vida plena que a maioria da humanidade não apenas anseia,
mas persegue ao ponto de comprometer todo o fôlego e energia?
Por vezes acho que nos
dedicamos tanto nessa busca pela plenitude, pelo ideal que acabamos nos
perdendo e perdendo também a possibilidade de viver tudo quanto já
conquistamos...
Olhando muito adiante,
a gente corre o risco real de não mais perceber ou enxergar o agora, o tudo que
temos hoje, o chamado presente no/do tempo.
Paralelamente o dia que
se chama hoje tem suas possibilidades sabotadas, sufocadas e negligenciadas.
Quando na verdade já
planejamos tanto, já lutamos tanto para chegar até aqui, até o nosso hoje, o
nosso presente.
Presente é o que temos
na mão. Temos a possibilidade do sorriso, do abraço, do encontro amigo, da mesa
e do sofá compartilhado em família.
A verdade é que
corremos tanto, de um lado para o outro, de uma atividade para a outra e daí
que esquecemos o motivo e o objetivo de toda essa nossa agitação e dedicação: a vida.
Acho pontual, emergencial
e essencial encontro...
A pausa para um café, o
dividir de um prato de macarronada/salada...
O compartilhar da vida
regado com um bom vinho, suco, copo com água, refrigerante ou lente quente.
Precisamos
do desfrute, do atrevimento, da ousadia de sorrir durante o dia. Uso tais
palavras, pelo motivo de já soar estranho o simples gesto de gozar a vida, de
rir enquanto se trabalha, de abraçar enquanto é preciso correr.
Logo, lembro Paciência,
composição do Lenine, quando diz: “Enquanto
o tempo/ Acelera e pede pressa/ Eu me recuso faço hora/ Vou na valsa/ A vida é
tão rara...”
O mundo dita suas
ordens, com elas ele tenta nos engolir, tenta nos privar do sentir, tenta nos
negar o prazer da experiência. É aqui
onde nos é negado o direito do ser.
A Bíblia também nos diz
que há um tempo para tudo debaixo do céu: “Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo
o propósito debaixo do céu. Há
tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que
se plantou; Tempo de matar, e
tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e
tempo de dançar; Tempo de espalhar
pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de
abraçar; Tempo de buscar, e tempo
de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar
calado, e tempo de falar; Tempo de
amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” (Eclesiastes
3:1-8).
Acredito na possibilidade
e na necessidade da vivencia, da experiência, da contemplação e permissão de
ser humano.
Na agonia da rotina de cada dia, acabamos esquecendo
quem somos, assim passamos a funcionar como máquinas a todo vapor, em plena
produção...
Um dia, perguntaram
para Dalai Lama o que mais o surpreendia na humanidade, então o sábio
respondeu: “Os
homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para
recuperar a saúde. E por pensarem
ansiosamente no futuro esquecem do presente de forma que acabam por não viver
nem no presente nem no futuro. E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem
como se nunca tivessem vivido.”
Viver...
Eis o
convite que me faço hoje.
Eis o
convite que não apenas estendo...
Mas o
trouxe até você.
É tempo
de viver, de sorrir, de sentir, de se deixar ser.
É tempo
de encontrar, de amar, de abraçar, de acolher e perdoar.
É tempo
de acreditar, tempo de recomeçar é tempo de ser.
E aí? Então?
Tá esperando o quê?
O “q”
da questão hoje aqui é viver.
Conjugue
o verbo comigo...
Eu vivo
Tu vives
Ele/ela vive
Nós vivemos
Vós viveis
Eles/elas vivem
Viver
no presente.
Risos
liberados...
Um abraço
em seu coração e muito obrigado por compartilhar seu tempo comigo.