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27 de dezembro de 2013

Uma pausa por favor














Entre um passo e outro
É necessário parar a caminhada, não só para rever o que estamos levando na mochila
Paramos para ver e ouvir o mar
Paramos para respirar com tranquilidade
Paramos para continuar caminhando...

26 de outubro de 2013

O tempo

O tempo, ah o tempo

Eis o senhor soberano como já diria a canção
Tempo (pausa), fonte de toda sabedoria
Espere. Ouça-o atentamente, tudo quanto diz

O tempo...

Para ouvi-lo, transforme seu pranto em silêncio
Sua aflição, em serenidade
Sua ansiedade em tranquilidade – mantenha a calma, o tempo, o seu tempo, passará...

Ouça-o batendo à porta, como o fez com Caymmi
Por meio do vento, o tempo chamará teu nome
Te envolverá, te acolherá, logo mais, logo menos você e o tempo, ambos embriagados num mesmo sofá

O tempo...

O melhor de todos os amigos
O melhor de todos os antídotos
Não dê ouvidos aos ruídos ou gritos

Não se pode contar o tempo apenas no relógio
Não se prende o tempo

Ele passará suavemente e em silêncio, como quem anda na ponta do pé, em plena madrugada pela casa
Como a mais graciosa das borboletas que cobiça a mais bela flor do jardim
Como a mais graciosa de todas as garças, plainará sobre a face do rio pintado de vermelho pelo pôr do sol
Passará o tempo como brisa, sem que se deixe notar
Num piscar de olhos, o tempo já não será o mesmo
Nem toda chuva é lágrima, nem todo sol é riso, nem todo brilho é ouro
Mas o tempo há de colorir a sua aquarela, sua vida bela em tela, toda rara, toda arte, toda melodia, toda Lenine
Diante do tempo, tudo se esvai, tudo se refaz, tudo vira líquido, fluído, flexível...
Observe o tempo


Foto do autor, retirada na cidade Guarabira, interior da Paraíba, numa noite de chuva.

25 de agosto de 2013

Fim de tarde...

Fim de tarde na Praia do Cabo Branco em João Pessoa/Paraíba. Foto do autor.
Era fim de tarde
E tudo mudava de cor
Até o soprar do vento, tornava-se mais suave...

Era fim de tarde
E tudo mudava de cor
Até o asfalto das ruas ficavam inexplicavelmente dourados...

Era fim de tarde
E tudo mudava de cor
Era a serenidade de mais um dia
Instante onde tudo vira poesia

A alma experimenta um clima diferente

Não há medo
Não há rancor
Não há dor

A leveza do fim da tarde chegou

Abra seu abraço
Sinta o chão, descalço
Feche os olhos
Sinta o vento

Se deixe levar, se deixe tocar pelo vento que chega até você...

Fim de tarde em Guarabira/Paraíba. Foto do autor.

O que pode um abraço?

Abraço apertado
Abraço amigo
Abraço de mãe
Abraço de vó
Um simples abraço
Um simples gesto: acolher...

22 de julho de 2013

Bom dia :)


Uma Pausa













Já fiquei emudecido diante de alguns desafios
Emudecido por precisar trilhar caminhos desconhecidos 
Normalmente diante de mudanças e transformações
Estas quase sempre repentinas, algumas pareciam intrusas 
Eis aí parte de nosso medo e insegurança
É o peculiar frio na barriga
Mãos gélidas
Olhos sonolentos
Pés cansados

No entanto o tempo segue sem intervalos
Não há pausas para reparos
Tudo acontece ao vivo
Alguns papéis são invertidos
Nossos pais chamam por nosso nome
Precisam do nosso braço para se apoiar
Já não possuem aquela tão boa visão
Agora andam lentamente, tateiam, teimam...

Enquanto isso o tempo não é mais o mesmo
E o mesmo tempo continua seguindo sem intervalos
A vida profissional se faz urgente
As responsabilidades cotidianas se avolumam
E no meio da caminhada um acidente, uma pausa
Uma pausa nossa no tempo que segue....

Nossa fragilidade humana vem à tona, revelada em lágrimas e sensações
Um olhar, um gesto amigo é providencial
O calor da matilha preserva muitas vidas
E outra vez somos fortalecidos
Ainda que incertezas nos olhem nos olhos
O amor aos nossos próximos nos guiará na noite fria, nos consolará na angustia, nos fortalecerá na fraqueza e nos renovará como a luz do sol de um novo dia.

21 de julho de 2013

Pensamentos de chuva

Não fecho as janelas
Só para ver a chuva cair

Não fecho as janelas
Só para sentir a brisa do sul me abraçar

Águas do céu tocando o chão...

Quando menino imaginava nos canteiros das ruas, verdadeiros rios
Em minhas mãos um barquinho de papel
Com os pés descalços caminhava pela calçada
Agachado repousava o barquinho nas águas que escorriam pelas ruas
Lá ia o barquinho de papel em dia de chuva
Lá ia o menino pela calçada acompanhando o barquinho sobre as águas

Do nada minha mãe gritava de dentro de casa: "Vem menino! Saia dessa chuva!"
Ao som da voz da minha mãe, me despedia do barquinho
Mas ali me dava por satisfeito em ter visto meu barquinho flutuando sobre as águas

Voltava para casa correndo entre os pingos da chuva
Voltava correndo, pulando, sorrindo e cantando
Voltava o menino deixando o barco
Voltava o menino todo molhado
Mesmo molhado a mãe abraçava o menino sorrindo

21 de maio de 2013

Amanhecer :)

O dia amanhece
Sobre o silêncio da madrugada

O dia amanhece
E o trabalhador já está de pé

O dia amanhece
E o sol revela o céu azul, com nuvens brancas

Serenidade no tempo, na brisa suave
Entre compromissos, desafios e responsabilidades
O relógio marca a hora, acelera nosso passo, nosso corpo...
Tudo cronometrado

Há tempo para um café sobre a mesa?
Há tempo para um café?
Corre e dá um abraço
Rápido!

Flores no jardim
Flores nas calçadas
Flores nos muros... no caminho há flores

"Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara..."

7 de março de 2013

Senhora com os pés descalços...

Já dizia minha mãe: "Costume de casa, se leva à praça!" Ela sempre "saia com essa ideia" para pontuar um costume ou comportamento negativo dos filhos. Neste caso aqui, farei um relato de algo positivo.

Hoje pela manhã em Alagoa Grande, ao entrar numa farmácia acabei tropeçando numa sandália feminina, meiga e bem cuidada. Em seguida me deparei com uma senhora debruçada no balcão da farmácia onde era atendida. O chão da farmácia estava plenamente limpo, o ambiente também reforçava e  confirmava essa sensação de higiene.

Pois bem, tenho um costume de normalmente retirar as sandálias para entrar na casa de um amigo - pra mim soa como um gesto de respeito pela casa, pela pessoa, ou uma tentativa de não deixar ali na casa a sujeira de toda rua por onde que estaria na sola de minha sandália.

Mas aquela senhora, ela estava numa farmácia, descalça... Possivelmente pelos mesmos motivos que eu, respeito. No entanto ela transmitia uma candura e seu gesto tornava-se muito mais significativo para mim, um gesto tão lindo, tão simples. 


Ninguém havia percebido que eu havia "tropeçado" na sandália. O pior... quando dei por mim a sandália estava fora do tapete, onde a senhora havia deixado. Delicadamente disse pra elas que havia tropeçado na sandália, simultaneamente me desculpei e coloquei a sandália de volta.

A senhora descalça, tirou os braços do balcão da farmácia e atentamente me olhou nos olhos e com voz serena me pedira desculpas pelas sandálias deixadas ali, á porta da farmácia, num gesto de respeito para com a "dona da casa"... não permiti que ela terminasse seu pedido de desculpas, na verdade o intruso era eu.


Pisar diretamente no chão tem em si tantos significados. O gesto delicado e o comportamento simples daquela mulher, sua luz, sua serenidade e paz me tocava.


Na verdade, recebi um afago naquele momento, uma recarga de leveza e de luz. Esse é o meu Nordeste, este é o meu povo.

Simplicidade que amo...




25 de fevereiro de 2013

Abrindo a janela.


O dia amanhecia.
E ela continuava acordada.
Tinha sido mais uma noite difícil, uma noite inteira sem dormir.
Com seus pensamentos, seus medos, dores, lágrimas e arrependimentos.
As persianas da janela do seu quarto a impediam de ver a luz do dia que chegava devagar.
O som da sua dor interior, transformada em pranto, a impedia de ouvir o som do mar.
Mas o amanhecer estava bem ali, anunciando um novo dia.
A noite de angustia era também iluminada por uma intensa lua cheia, brilhando sobre o rio e o mar.
O céu não estava escuro absoluto, ainda com estrelas brilhantes, surgia um novo cenário de cores e transformação, era o nascer do sol.
Onde está a tua angustia, onde se esconde essa tua dor?
No meio da madruga o sol brilhou...
 Ela não excitou, saindo da cama, colocou-se de pé e mesmo quase sem querer. Nem conseguia acreditar naquilo que estava fazendo. Afinal sua dor a impedia de pensar e agir.
Em meio ao seu caos e fracassos, ela se pôs a caminhar.
Lentamente, entre um passo e outro, uma lágrima...
Respirava ofegante. Ninguém estava ali. Era apenas ela. Ela e suas dores. Mas algo acontecia em seu interior...
Ainda de maneira lenta, as persianas foram se abrindo, revelando um novo cenário, ainda que pelos vidros da janela fechada... O amanhecer lhe trazia um novo fôlego, um milagre estava acontecendo dentro do seu interior.
Afinal, há tempos ela não sabia o que era dia, há tempos no seu interior tudo era noite sem estrelas e sem luar.
Ao abrir os vidros da janela, um vento sul intenso e simultaneamente suave parecia lhe abraçar, envolvendo, tomando conta de cada espaço daquele quarto. O vento ao entrar pela janela aberta parecia trazer consigo luz, levando toda dor que havia ali.
Enquanto isso, com os olhos fechados ela respirava fundo e lentamente sua coluna, seu corpo antes envergado colocava-se de pé...
Ainda em lágrimas, apoiou-se sobre a varanda, abriu os olhos e em sua alma um sopro, um novo fôlego... Esperança.
Dali ela avistava o mar. E sua dor estava sendo depositada na areia da praia. Entre uma onda e outra, num piscar e abrir de olhos, tudo era areia e as águas do mar banhavam seus pés...
Num giro de 360°, ela via todo o cenário da sua vida. Ao seu redor a brisa do mar, as palhas dos coqueiros balançavam ao soprar e dançar dos ventos.
Um bem-te-vi lhe dava bom dia. E ela respondia: “Bom dia vida”.
Para alguns, era apenas mais um amanhecer, mais um dia.
Mas para ela hoje era diferente.
Ao abrir os olhos, nem podia acreditar que sempre tudo aquilo esteve ali...
Era dia, era seu dia... Amanhecia ali, pela primeira vez depois de um longo tempo.
Amanhecia ali, era dia na sua alma.


23 de fevereiro de 2013

Flor de alecrim.


Entre uma xícara de chá e outra, silêncio.














Ouço o tintilar da xícara sobre o pires.
Outros movimentos sobressaem à voz do meu pensamento.
Com uma colher a girar, mexo o chá.
O cheiro da camomila, da cidreira e da hortelã, aquece meu interior, perfumando meus pulmões.











A xícara de volta para minhas mãos.
Um soprar da boca para refrescar a superfície do chá quente.
Um gole degustado e sonoro sobressai à voz do meu pensamento.













Garganta e entranhas aquecidas.
Numa tarde de sábado minha alma é afagada, por uma xícara de chá quente, na companhia de um livro e pelo silêncio do meu pensamento.

Nunca vi uma flor de alecrim.





Entre folhas, flores e sombras, o tempo.

Entre a sombra da luz de um poste e outro
O tempo ganha espaço
Pedregulhos revestem o asfalto com piche










Sobre os muros das casas, flores
Sobre as calçadas, pétalas de flores secas

Folhas, flores, sombras, pedregulhos...
E o tempo que não determina o que deve ser lembrado ou esquecido
Tudo é fragmento, elementos por vezes entregues ao acaso
Por acaso observamos

Folhas, flores, sombras, pedregulhos, sentimentos...













Tudo toca o asfalto
A luz do sol do meio dia
Os raios da lua cheia da meia noite
O vento que leva é o mesmo vento que trás... O perfume, a poeira, a água da chuva que cai do céu

Chuva lavando o asfalto feito de pedregulhos unidos pelo piche
Com a água da chuva, vai à poeira, vão às folhas, as flores, a luz do sol, alguns pedregulhos, mas não o sentimento














Tempo, és o senhor absoluto de nossa existência
A ti sábio tempo, minha oração
Escolhestes a mim para observar o teu passar
Eis o meu oficio...

2 de janeiro de 2013

Um pingo de chuva


Chuva sobre o telhado
Ouço o som multiplicado dos muitos pingos
Entre um pingo e outro sopra o vento
E o vento toca os pingos dos pingos
Resulta na brisa que vem pela janela
A brisa da chuva me abraça e deita comigo

Melodia na alma
Serenidade no espírito
Em silêncio medito
Meu pensamento pausado
Viajo em mim, em minhas lembranças
Como alguém que escala a mais alta montanha 

Flor branca
Flores brancas
Flor amarela
Uma flor de ipê amarela
Cai do mais alto galho da árvore
Bailando dos céus até tocar o chão
Leve vem a flor amarela de ipê


 
Lembranças nos galhos secos
Imagens, cenários, semáforos me fazem recordar
Melodia em piano
Som das águas
Águas de rio
Águas de mar



Ainda não senti a sensação da neve tocando minha pele
Mas vejo com admiração o pôr do sol sobre minha cidade
O brilho do astro pelo fim da tarde
Deixa tudo dourado
Asfalto, janelas, desejos, encontros, olhares, sorrisos, sonhos dourados
Sonho dourado

Sentimento, emoções
Sou sensibilidade
Movido pela gratidão
Gratidão em ser
Em poder encontrar
Gratidão em rever
Em poder sonhar
Gratidão em lutar
Em poder alcançar


Um pingo de chuva
A brisa do vento
O dourado do pôr do sol
A esperança do sentimento

Um pingo de chuva dourado
Horizonte aberto, livre
Entrega... Silêncio... Esperança...

Histórias e Reflexões no face.

Olá amigos é com muito carinho que venho compartilhar com vocês nossa página no face. Podem ficar a vontade pra curtir, compartilhar e indicar para seus e suas queridas. No entanto apenas a leitura e companhia de vocês já nos ilumina aqui. Abraço generoso :)



http://www.facebook.com/historiaereflexoes

1 de janeiro de 2013

Um ano de luz













01 de janeiro de 2013
João Pessoa, Praia do Cabo Branco
São pouco mais de 05 horas da manhã
A noite escura iluminada pelos fogos de artifícios, refletidos nas roupas brancas de toda multidão, aos poucos vai recebendo o brilho de uma outra luz
Na extensão de toda orlas, famílias inteiras aguardam o primeiro raio de sol tocar o mar, surgir no horizonte...

A luz e sua claridade
A certeza de um novo dia que amanhece
E o sonho de um novo tempo iluminado
Sem dúvidas e com absoluta segurança (?)
O dia já vem raiando meu bem...

Pois bem, o sol não surgiu como deveria
Como deveria?
Isso mesmo.
O céu estava nublado na orla do Cabo Branco
Um paredão, uma verdadeira muralha de nuvens, aparentemente pesadas, algumas toneladas de nuvens (?!)













O sol nasceu, a sua hora já indicava isso
Uma certa claridade ofuscada anunciava tamanho evento
Mas onde está o sol minha gente?
"Por detrás das nuvens mãe!"
Disse um pequeno e agitado menino
Mas e o dia? Amanheceu? Já é dia? Onde está a luz?

O benefício da dúvida se apresentava
Paralelamente a reflexão pairava sobre as pessoas
A dúvida os movia
Alguns erguendo as mãos aos céus, pareciam entregar-se agradecendo, confiando...

Outros caminhavam serenamente até as águas da praia
No mesmo instante abraços, danças, uma criança rolava na areia
A celebração de um tempo que se chama novo
A saudação a um dia que vagarosamente raiava

A montanha pesada de nuvens suspensas fora transpassada, pelo mais insistente brilhar
Brilhou dourado, serenamente; primeiro tocou o mar
E sobre o mar, um ínfimo raio de sol ficou, tocou, brilhou...
E todos, atentamente observavam o sol por trás das montanhas e apenas um fecho de luz que surgia
Mas o sol brilhava lá, lá na altura do mar
Tímido, pacato, sereno
Brilhava o sol, distante da areia da praia, distante das pessoas vestidas de branco

E sobre o mar, do sul para o norte, o raio de sol se pôs a caminhar
Vagarosamente, delicadamente... Vinha o sol sobre o mar que também estava sereno
Um caminho de luz, sobre águas ainda sem cor
O sol brilhou em meio às dúvidas
Como que descendo degraus tocou nosso chão
Brilhou em nossos pés
Posou sobre nossa pele, nosso corpo
Olhou a luz em nossos olhos
Revigorou nossa alma
Aqueceu meu coração


Um caminho de luz estava apresentado
Mas entre a luz, dois lados ainda não iluminados
A parte do mar iluminado ficara azul
E o vento que soprava do sul, parecia vir sobre o mar, trilhando o caminho da luz, abraçando-me na praia e assanhando as palhas do coqueiro

Tenho um desejo
Que a aparente força da falta de respeito e da intolerância para com o diferente, receba a luz do sol e que estes percebam que as diferenças nos tornam únicos e semelhantes, as diferenças nos conectam, assim como tudo na natureza não igual, mas juntos, simplesmente são.

Tenho comigo uma certeza, a dúvida sempre estará presente e quando ela se fizer ausente, nós haveremos de chamá-la... Chamá-la pelo nome e quando ela chegar trará consigo a certeza de que estamos vivos.

Um ano de luz
Um ano de riso
Sem choro contido
Sem temer os riscos
Pegadas na areia
Caminhada continuada
Ainda que lenta... Caminhada
Um tempo de preservação
Fortalecimento dos laços
E que a única certeza seja a de quem somos... Dos sonhos que sonhamos













Um ano de luz sobre a dúvida
Feliz 2013

Sereno