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15 de agosto de 2017

Elza Soares - Mulher do Fim do Mundo / The woman at the end of the world







Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de samba na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé

Pirata e super homem cantam o calor
Um peixe amarelo beija minha mão
As asas de um anjo soltas pelo chão
Na chuva de confetes deixo a minha dor
Na avenida, deixei lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida, deixei lá
A minha fala, minha opinião
A minha casa, minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar
Quebrei a cara e me livrei do resto dessa vida
Na avenida, dura até o fim
Mulher do fim do mundo
Eu sou e vou até o fim cantar
Meu choro não é nada além de carnaval
É lágrima de samba na ponta dos pés
A multidão avança como vendaval
Me joga na avenida que não sei qualé
Pirata e super homem cantam o calor
Um peixe amarelo beija minha mão
As asas de um anjo soltas pelo chão
Na chuva de confetes deixo a minha dor
Na avenida, deixei lá
A pele preta e a minha voz
Na avenida, deixei lá
A minha fala, minha opinião
A minha casa, minha solidão
Joguei do alto do terceiro andar
Quebrei a cara e me livrei do resto dessa vida
Na avenida, dura até o fim
Mulher do fim do mundo
Eu sou, eu vou até o fim cantar
Mulher do fim do mundo
Eu sou, eu vou até o fim cantar, cantar
Eu quero cantar até o fim
Me deixem cantar até o fim
Até o fim, eu vou cantar
Eu vou cantar até o fim
Eu sou mulher do fim do mundo
Eu vou, eu vou, eu vou cantar
Me deixem cantar até o fim

The woman at the end of the world

La la la laia la la laia
La la la laia la la laia
Até o fim eu vou cantar, eu quero cantar
Eu quero é cantar, eu vou cantar até o fim, la la la lara la lara laia
Eu vou cantar, eu vou cantar
Me deixem cantar até o fim
Me deixem cantar até o fim
Me deixem cantar
Me deixem cantar até o fim

Lá estou eu, vivendo outra vez



Sobre caminhos
Caminhos que trilhei
Alguns, confesso que nem sei como sobrevivi

Sou frenético o tempo todo
Consigo gerar silêncio interno ao mesmo tempo
Ao mesmo tempo que preciso me defender

Após uma angústia
Lá estou eu diante do pôr-do-sol
Lá estou eu caminhando descalço de uma ponta a outra da praia
Lá estou eu tomando um café ou um chocolate quente
Lá estou eu preparando aquela macarronada ou salada para os meus amigos





Logo depois de uma dor intensa
Lá estou eu preparando aquele churrasco ou aquela feijoada para e com a minha família
Lá estou eu vendo o sol nascer
Lá estou eu tomando banho de mar, de rio, de cachoeira, de piscina, de chuveiro no quintal
Lá estou eu andando nu em Tambaba










Depois de um dia inteiro acompanhando meu pai no hospital
Lá estou eu comprando chocolate amendoins no supermercado
Lá estou eu levando flores e um livro para algum amigo
Lá estou eu dando e recebendo carinho de Belinha, Marley, Dilma ou Klymth
Lá estou eu cuidando do jardim de uma amiga

Não poderia ser diferente
Eu não poderia trair a vida
Eu não poderia tornar tudo ainda mais doloroso
A vida é tão linda, tão leve, tão generosa, tão especial, tão possível...

Bom, agora preciso dormir
É hora de voltar pra cama








Fragmentos livres de mim

Me embriado em pensamentos
Me perco em lembranças
Me encontro em caminhos que trilhei

Me apaixono por memórias
Me entrego a novos sentimentos
E quando sinto que preciso recomeçar
Simplesmente recomeço

Não sei ser diferente
Não posso ser outro
Não me sinto confortável sendo meio termo

Não me sinto feliz, tentando ser quem não sou
Por isso, não tento
Não arrisco em algo que não me move
Não pago pra ver, quando não sinto

Vivi pouco, é verdade
Mas o que vivi, vivi intensamente
Pois quase tudo o que fiz nesta vida, foi por simplesmente sentir

Por vezes, algumas decisões soaram um tanto equivocadas
Equivocadas leituras, equivocadas prévias
Equivocadas opiniões

A vida também é feita de equívocos
Até que o universo decide nos surpreender

Nasci para sentir
Nasci para viver essa busca pelo prazer, pela essência nas coisas simples
Pelo abraço dos meus pais, primos, tias, avó, irmãos e sobrinhos nos almoços de domingos

Nasci para encontrar e reencontrar pessoas amigas de outras vidas, nesta que vivo agora
Nasci para compartilhar, a fé, o amor, a esperança e a força que tenho comigo
Nasci para amar e ser amado, ainda que "só"

Nem tudo em meu caminhar é essencialmente poesia
Mas tudo aquilo que de algum modo, insista em me afastar da ternura e da melodia
Logo mais, logo menos, o espinho em mim há de brotar flor

Sou inteiro, ainda que fragmentado
Sou intenso, ainda que cuidadoso
Sou sentimento bom, ainda que por vezes surpreendido por lembranças que questionam o meu sentir

Sou leveza, ainda que firme
Sou felicidade, ainda que pise descalço o chão que trilho
Sou o meu próprio recomeço

Sou um
Sou muitos
Sou memórias
Sou afeto
Sou a teimosia em pessoa
Sou alegria
Sou Fernando
Sou Preto
Sou Nando
Sou humano


13 de agosto de 2017

Dia dos Pais. Pai: "Ôh Preto, quando é que tu vem?"

Estou no Rio Grande do Norte e fiz aquela ligação pra painho, que está na Paraíba. 
Acho que em muitos anos, esse é o nosso primeiro Dia dos Pais que não estamos reunidos. 
Aí segue um pedacinho da nossa conversa:


Eu: 'Bença' pai?!
Pai: Deus te abençoe meu filho. Muito feliz de estar falando com você.
Eu: Também pai, estou muito feliz de falar com o senhor.
Pai: Olhe, estou com saudades de você. Faz muitos anos que a gente não se fala. (Deve ter uns quinze dias que eu estava com eles - hehehehe  ).
Eu: (Não questiono o tempo sugerido: muitos anos. Apenas mantenho a conversa e foco na fala dele.) Eu também pai, estou com saudades do senhor.
Pai: Estou muito feliz por você ter me ligado. Ainda bem que hoje é o Dia dos Pais, se não você não me ligava. (Agora eu me entrego, acabo rindo ao telefone. Também não questiono, mantenho o 'fluxo').
Eu: Exato painho, ainda bem que existe esse dia, pra gente lembrar. Te amo muito.
Pai: Obrigado por tudo, viu? Sinto tua falta. Estou muito feliz de você ter me ligado. Ôh Preto, quando é que tu vem?
Eu: Pai, devo estar indo no próximo fim de semana. Vou e fico aí com vocês.
Pai: Olhe, guardei um jerimum pra você. Cobri com mato. Pra quando você chegar! É você quem vai procurar ele e vai tirar ele pra gente comer. Viu?
Eu: Tá certo pai, quando eu chegar vou procurar o jerimum no mato e vou tirar ele pra gente comer. (Eu não gosto muito de jerimum, mas esse deve ser saboroso).
Feliz dia dos pais.