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6 de janeiro de 2025

Onde estão nossos sonhos? Eles estão bem aqui, dentro de nós...

Começamos um novo ano, um novo tempo, um novo ciclo

Onde estão nossos sonhos?

Respondo...

Nossos sonhos não se foram, eles não nos deixaram

Talvez, apenas estejam adormecidos dentro de nós

Ou, em algum lugar, bem guardados

Lajedo de Pai Mateus, Paraíba, 31 de dezembro de 2024. Autor: Fernando Domingos.

Percebi que faz algum tempo que não venho aqui

Nem sei se tem alguém passando por aqui e lendo o que escrevo

Também não sei se o que escrevo faz algum sentido


Na verdade, sinto falta de quando apenas escrevia

Sem me importar com meus próprios limites 

Sem questionar se o que escrevia era legítimo ou não


Sabemos que o tempo que se foi, não volta mais

Mas sabemos que nossa memória é aquela que conversa com o tempo, com os variados tempos

O tempo não volta, sabemos


As vezes, a gente só precisa compreender que o tempo é necessário

E em alguns momentos, a gente só precisa parar

Apenas deixar o tempo seguir


Nessas pausas, a gente pode pensar que está desistindo, abrindo mão ou perdendo alguma coisa

Mas as vezes, parece que a alma da gente grita em silêncio 

Quem está ao nosso redor, não escuta


Mas nós, sentimos, e ouvimos o pedido que está sendo feito

Quando o tempo corre acelerado

Tenho a sensação de estar mais lento que o mundo

João Pessoa, Paraíba, 2024. Autor: Fernando Domingos.

Houve um tempo, em que esse outro tempo que chamo de meu

Me fazia bem, me trazia iluminação, tranquilidade e esperança

Mas hoje, quando minha alma pede calma

Os compromissos agendados no calendário, pedem pressa 

É nesse instante que me vejo numa luta com o tempo e comigo


Meu ser, precisa de pausa e refrigério 

Minha alma, precisa de calma e silêncio

Enquanto isso, os prazos acadêmicos e financeiros não respeitam esse outro tempo/necessidade que existe em mim


Em alguns momentos, diante disso, posso me sentir atordoado 

Por várias vezes, me sinto preso numa espécie de instante

Lembrando uma peça ou objeto de vidro, que parece estar em queda livre rumo ao chão, onde sonhos também podem partir e se desfazer em pedaços 


Nessa hora, vejo minha existência capturada num instante entre o espaço e o tempo

Um instante, que só eu consigo acessar

As águas e os ventos passam por mim como tempestade 

Quem me vê, não visualiza, se quer imagina o movimento ao meu redor

Salvador, Bahia. Agosto de 2014. Autor: Fernando Domingos.

Num outro instante, fecho os olhos

Ao mesmo passo estou me vendo por dentro

Vejo uma luz infinita que ilumina meu interior 


Um universo que se apresenta em diversas camadas

Percebo o quando minha existência é complexa 

E num mesmo instante, me dou conta do quanto minha vida é extraordinária 


Nesse mesmo compasso, toda minha perspectiva é modificada

A força vital da vida que me sustenta, é renovada

Abro e fecho os olhos novamente

Vejo que estou me carregando nos braços 


Me abraço

Reencontro meus sonhos

Reafirmo que eles são meus 

Renasço em mim outra vez

Com os olhos marejados, contemplo o longo caminho que tenho pela frente e vejo desperto em mim um vibrante desejo de seguir

Já estou sorrindo e caminhando outra vez

Campina Granda, Paraíba. Janeiro, 2025. Autor: Fernando Domingos.

Minha pausas, são simples

Mas necessárias 

Posso simplesmente ouvir uma música 

Ou, caminhar pelas ruas da cidade

De preferência, com os pés na areia da praia

Também pode ser um reencontro dentro de um abraço amigo

Ou, no colo de mainha


E mais uma vez, me sinto seguro

Fortalecido, volto a caminhar


Me sinto feliz, por ter vindo aqui e por ter conseguido me conectar comigo

De alguma forma, a escrita e aleitura nos conectada e nos salva todos os dias

João Pessoa, Paraíba. Dezembro de 2024. Autor: Fernando Domingos.

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