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29 de janeiro de 2019

Relato de um um tempo de Transformações: Do caos para um horizonte infinito de possibilidades através da Atenção Plena Mindfulness e das Barras de Access





Em novembro de 2017 uma demissão inesperada e um conjunto de fatos sequenciais indesejados me pegaram de surpresa.

Era como se eu tivesse saído de casa e ido até a praia para contemplar o horizonte e me banhar nas águas mornas durante o cair da tarde ou início da manhã.

Eis que as águas calmas do mar se agitaram sem aviso prévio como que numa ressaca braba e eu que me via a beira-mar tranquilo, estava quase sendo tragado pelas ondas grandes e agitadas de um mar que não mais conseguia reconhecer.

Profissionalmente eu estava sendo intimado a fazer uma pausa que inicialmente pensava que seria breve, nem imaginaria que aquela realidade poderia se estender por mais de um ano.

Minha mãe enfrentava uma depressão que levou quase dois meses até ser diagnostica e medicada, uma situação que nos gerou angustias, dores e muito desgaste à medida que ela precisava de cuidados médicos.

Esse processo culminaria na separação dos meus pais, depois de 41 anos de casados. Detalhe, há quase oito anos meu pai havia feito um tratamento contra linfomas e nós fazíamos o acompanhamento dele com a médica no monitoramento da doença.

Meu pai não era um homem fácil nem um companheiro exemplar, tinha esperança que com o chegar da idade ele haveria de se tornar uma pessoa mais serena e depois da doença essa expectativa era nutrida em meio aos cuidados. Mas tudo continuou como antes, na verdade havia se tornado ainda mais complexo e delicado.

Com a saída da minha mãe de casa me vi com a missão de viabilizar pra ela uma melhor qualidade de vida. Tudo aquilo era muito revolucionário e impactaria diretamente não apenas na vida dos meus pais, mas também para a minha vida e a vida dos meus irmãos já casados e com filhos.

A logística com a mudança da minha mãe, me deixou fora da casa do meu pai por quase dois dias. Compreendi e assumi a responsabilidade de cuidar dele até o último instante de sua vida e pensei que isso se daria de forma integral.

No entanto, meu pai passou a me culpar e me responsabilizar pela separação, de certo modo eu compreendia a leitura que ele estava fazendo. Até que minha permanência na casa dele tornou-se inviável quando recebi um convite para deixar a casa onde cheguei aos dois meses de vida, cresci com meus irmãos e só sai quando precisei deixar a cidade para fazer minha graduação em Guarabira, interior do Estado.

Como foi doloroso e difícil deixar aquele lugar. Como foi difícil não mais estar com meu pai integralmente. Ao mesmo passo compreendi que não deveria morar com minha mãe, pois sabia que a decisão dela era muito profunda e acreditava que ela precisava vivenciar aquela escolha e experiência sozinha.

Eu sabia o quanto aquela experiência haveria de ser impactante para ela e para todos nós. Minha mãe nasceu e cresceu no interior da Paraíba e foi educada para ser mãe e dona de casa. Trabalhar, ter emprego remunerado fora de casa não era bem visto para uma senhora do lar que precisava criar três filhos, cuidar da casa e do marido.

Minha mãe foi sempre submetida à relações abusivas e o casamento com meu pai foi uma experiência intensa de amor, mas de muita dor que lhe causaram marcas profundas no corpo e na alma. Contudo, minha mãe sempre conseguiu manter o coração e alma leve e iluminada, sempre manteve uma postura humana, generosa e de gratidão pela existência. Agora a tarefa dela era cuidar de si.

Enquanto tudo isso acontecia, eu não sabia bem o que fazer comigo, estava inscrito em dois concursos naquele já início de 2018. Concorria a uma vaga para professor substituto. Primeiro na UEPB no Campus de Campina Grande, segundo também era na UEPB mas no Campus de Guarabira e por fim na UERN no Campus de Assu onde eu havia trabalhado e sido demitido em novembro de 2017.

Tenho uma amiga que é terapeuta e que tem grupos que ela lidera e conduz, são grupos de Meditação em Mindfulness também conhecida como Atenção Plena. Logo no início de 2018 comecei a participar de um grupo desse coordenado por minha amiga Márcia Carvalho.

Não tenho dúvidas de que foi a Meditação & a Atenção Plena quem me salvou. Era muito difícil lidar com todo aquele processo que meus pais e minha família estavam enfrentando. Eu não conseguia me concentrar para os concursos e as emoções estavam me sufocando, eu não via saída alguma.

Meditar me possibilitou uma consciência incrível quanto ao que estava vivendo e compartilhando com minha família. Eu queria efetivamente participar de uma transformação na vida dos meus pais, oferecer a eles uma qualidade de vida mínima, com mais conforto, com mais dignidade e com menos preocupações. Mas tudo o que eu tinha era minha companhia, minha presença para dar a eles.

Inicialmente me culpava por não poder fazer mais, me sentia fracassado, impotente e estava com medo de entrar num processo depressivo mais uma vez. Eu acordava cedo, preparava o café da manhã deles, arrumava a casa, mantinha a cozinha e o banheiro limpos. Meu pai passava o dia todo assistindo TV, minha mãe já não levantava mais da cama, parecia sequestrada pela tristeza.

Minha precisou ser socorrida nove vezes para a UPA mais próxima de nossa casa. E por mais que eu estivesse com eles em tempo integral, era como se eu continuasse sem fazer nada. Foi nesse cenário que comecei a experimentar a meditação. Antes disso, o primeiro concurso foi sabotado. Cheguei a viajar para Campina Grande mas não consegui entrar na sala de aula para me submeter a avaliação. Eu não conseguia acreditar em mim.

A Meditação me fez compreender que eu não deveria sofrer por aquilo que eu não podia fazer naquele momento e que eu precisa entender e aceitar que minha companhia e que meus cuidados eram naquela hora a coisa mais poderosa que eu poderia dar aos meus pais.

Essa compreensão e aceitação da realidade que eu estava vivendo me trouxe paz, serenidade, leveza e  um sentimento profundo de gratidão. Junto com o Mindfulness também experimentei a Barras de Access, o Reik e o Thetahealing; todas essas terapias me foram apresentadas também por um amigo, Jailto Filho.

A Barras de Access me trouxe uma leveza profunda, um estado de tranquilidade que poderia ser acessado por meio da meditação depois de algumas horas de prática, o que também é incrivelmente poderoso. Contudo, as Barras me trouxe essa leveza em apenas uma única vivência.

8 de Março de 2018, foi o dia que a mudança da minha mãe aconteceu, viajei de João Pessoa para Guarabira na boleia do caminhão baú carregado com as coisas dela. No dia 10 de Março eu já estava de volta e foi quando a convivência com meu pai tornou-se insustentável. Aceitei a inviabilidade de cuidar dele integralmente, respeitei a recusa dele e compartilhei com meus irmãos a responsabilidade que eu havia assumido sozinho com minha mãe há quase oito anos.

Como já falei, compreendia que minha mãe deveria morar só, especialmente no início daquele processo e acabei aceitando o outro convite e sendo acolhido por uma amiga em sua casa.

Aos poucos vi que estrar em contato com a realidade através da Atenção Plena me fez compreender o momento que vivia e que vivo, ao mesmo passo que me abriu um horizonte infinito de possibilidades a medida que também percebi que poderia transformar toda aquela realidade a partir da percepção de que eu não estaria condicionado a ter apenas um ponto de vista ou um único modo de perceber todos aqueles acontecimentos desagradáveis em minha vida.

Ao longo da nossa existência, acumulamos crenças limitantes que adquirimos a partir de experiências dolorosas ou agradáveis. Essas crenças adquiridas acabam por constituir paredes que na verdade são resultado de nossos pensamentos, através dos sentimentos que também experimentamos e emoções.

Uma vez que este conjunto de pensamentos, sentimentos e emoções são internalizados e naturalizados em nossas consciências acabamos sendo levados a viver a vida no MODO PILOTO AUTOMÁTICO. Além de perdemos parte do sentido da vida mergulhados nesse cotidiano, podemos passar a existir outras experiências traumáticas e dolorosas que se acumulam a medida que perdemos a alegria, a espontaneidade e a liberdade de sorrir.

Nosso desejo comum é romper com estas estruturas que edificamos ao longo da vida e assim foram se constituindo em bloqueios que nos impediram de ver, perceber a cessar um horizonte infinito de possibilidades, capaz de transformar nossa jornada em uma passagem marcada pela leveza, pela gratidão, pela alegria e pela felicidade que só podemos acessar a partir da compreensão e percepção do nosso eu interior.

Quando compreendemos nossa dimensão infinita, nossa alma se amplia para além das experiências que tivemos e que acabamos estabelecendo enquanto regras e padrões que nos acomodou no tempo. Essa dimensão infinita da nossa alma nos leva a explorar o universo e as possibilidades incríveis que ele tem preparado para nós.

Como tudo pode melhorar? É a pergunta que passamos a fazer a partir do momento que nos percebemos enquanto seres humanos infinitos nesse universo imenso. Desse modo, temos a possibilidade e oportunidade que já é resultado da nossa investida e construção que edificamos com gratidão, amor e anseio de dar sentido á nossa existência no mundo.

Sentimentos, pensamentos e emoções não mais determinarão nossa realidade. Não mais determinarão o modo como percebemos o mundo. E não mais determinarão o modo como nós existiremos. Você está convidado a romper com este ciclo e essa estrutura que insiste em nos limitar. É hora de se encontrar e de acolher esse horizonte de possibilidades infinitas. Vamos?



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